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Projetos em Andamentos



Prevenção primária multicomponente e prevenção secundária domiciliar da obesidade em adolescentes

 

A prevenção e tratamento da obesidade pediátrica, segundo documento publicado em 2013 pela Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos, considera a escola como um local ideal e foco central para realização de atividades de prevenção. Nas últimas décadas várias iniciativas foram desenvolvidas em escolas, com o intuito de reduzir o ganho excessivo de peso em adolescentes e muitas dessas iniciativas foram promissoras no sentido de modificar comportamentos associados ao ganho de peso, como, por exemplo, mudar padrões de consumo alimentar, contudo o impacto dessas mudanças no ganho de peso não foi satisfatório. Na verdade, poucos estudos com grupo controle e bem conduzidos obtiveram redução do ganho excessivo de peso, que quando presente ocorreu fundamentalmente naqueles escolares com obesidade. Assim sendo, tendo em vista a dificuldade em reduzir o ganho de peso em estudos de prevenção primária, o projeto combina atividades de prevenção primária a serem desenvolvidas nas escolas com prevenção secundária conduzida no domicílio pelo programa de saúde da família. A família, o adolescente e a escola serão estimulados para que ocorra aumento da atividade física, redução do sedentarismo e promoção de hábitos alimentares saudáveis. Além de combinar os níveis de prevenção o projeto também inova ao identificar adolescentes com baixo autocontrole e incentivá-los nas atividades de prevenção. O autocontrole é um traço comportamental que se associa a vários desfechos positivos, entre eles a redução de comportamentos de compulsão alimentar que será explorado na prevenção secundária. A prevenção secundária fora dos serviços de saúde tem sido pouco estudada e poucos estudos avaliaram seu papel em escolas. Essa pode ser uma abordagem exitosa, uma vez que dados indiretos indicam que, em intervenções primárias para prevenção da obesidade, a fração de crianças com sobrepeso é a que responde positivamente. Em estudos prévios, publicados de 2008 a 2016 (Sichieri & Souza, 2008; Sichieri et al., 2009; Cunha et al., 2013; Souza et al., 2013, Cunha et al., 2015; Souza et al., 2016) pela coordenadora desse projeto e colaboradores, várias atividades de prevenção primária e secundária com modificação da alimentação foram conduzidas em escolas. Nesses estudos, houve adequada adesão e modificação de comportamentos sem alteração no ganho de peso. Mais recentemente, um estudo de factibilidade testou práticas de atividade física em adolescentes com excesso de peso identificados e avaliados no ambiente escolar (Paravidino et al, 2016). Nesse mesmo estudo avaliamos com sucesso o autocontrole dos participantes. O presente projeto dá continuidade às pesquisas conduzidas em escolares, incluindo atividades de prevenção secundária por agentes de saúde visando reduzir o ganho excessivo de peso.



Prevenção primária e secundária da obesidade em escolares de Duque de Caxias pela promoção da alimentação saudável, atividade física e alfabetização alimentar

 

O objetivo do presente estudo é avaliar intervenções que combinem prevenção primária e secundária visando redução da obesidade em escolares. O projeto justifica-se na medida em que intervenções em escolas para a prevenção da obesidade tornaram-se bastante popular nas últimas décadas, porém os resultados são ainda inconclusivos. Os estudos, em grande parte, observaram mudanças comportamentais positivas associadas ao aumento de atividade física e melhoria do consumo alimentar, sem grande mudança no ganho de peso, ou outras medidas de adiposidade. Há argumentos favoráveis a manutenção de tais atividades, mesmo sem impacto no ganho de peso, com a justificativa de que o problema da obesidade é complexo e não se consegue superar os muitos fatores que concorrem para a crescente epidemia de obesidade. Questiona-se essa racionalidade e considera-se fundamental encontrarmos atividades de prevenção que realmente possam ter impacto no crescente ganho de peso de escolares brasileiros. Assim, o presente projeto combina intervenção nos escolares, nas escolas e nas famílias em parceria com o programa Saúde da Família com foco na alimentação saudável, aumento de atividade física, redução do sedentarismo e alfabetização alimentar a ser desenvolvido em 28 escolas totalizando 3000 estudantes. Justificativa: O desafio de garantir a segurança alimentar aos brasileiros se faz presente no cenário político nacional diante do crescente excesso de peso e obesidade na população. As crianças e adolescentes são os grupos etários com o maior aumento da prevalência de obesidade no Brasil e a prevenção do excesso de peso e da obesidade nesta faixa etária tem impactos positivos desde a redução dos riscos de manutenção do excesso de peso na vida adulta, redução de transtornos psicológicos como autoestima prejudicada, até a melhoria da qualidade de vida. Os estudos em adolescentes são conduzidos em escolas e tem gerado pouco efeito na redução do ganho excessivo de peso. O presente projeto combina estratégias de atuação na escola e nos domicílios com a participação do programa estratégia da família visando redução efetiva da obesidade. Relevância: A promoção da alimentação saudável aparece como diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. O problema consiste em modificar o consumo alimentar vigente de importante parcela da população que está ingressando no mercado consumidor e mantém uma alimentação excessiva de industrializados e insuficiente em alimentos in natura. Este tipo de consumo alimentar é observado tanto em estudos nacionais e também em adolescentes de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família em Duque de Caxias. Assim sendo, são necessárias ações educativas no sentido de empoderamento dos escolares e seus familiares, dentro da escola e no seu entorno; uma vez que este é um espaço de construção de autonomia. Entender como os estudantes e suas famílias percebem os alimentos oferecidos a eles todos os dias, sua origem e sua importância para a saúde, como se formam as opções de consumo, são indagações que podem ajudar na promoção de alimentação saudável para esta população. A proposta deste estudo tem como perspectiva obter resultados positivos na prevenção primária e secundária do excesso de peso e da obesidade, uma vez que várias atividades de intervenção educacional na promoção da alimentação saudável e do aumento de atividades físicas irão se integrar num espaço de alfabetização alimentar escolar e familiar. O projeto visa facilitar o autocontrole em situações que facilitam o consumo alimentar de alta densidade calórica, desestimular o sedentarismo e aumentar a atividade física. Avaliar essas possibilidades de intervenções educacionais é fundamental, pois se adequadas poderão ser reproduzidos na rede escolar do Rio de Janeiro e do Brasil, salientando que quase não existem estudos na literatura com êxito na prevenção.



Eficácia de uma intervenção baseada em arquitetura de escolha em um ensaio comunitário randomizado para a prevenção da obesidade

 

Os adolescentes passam parte considerável do seu dia na escola, onde muitas vezes consomem uma ou várias das suas refeições, razão pela qual este cenário é ideal para a execução de intervenções voltadas para a promoção da saúde e de hábitos alimentares saudáveis. Entretanto, o desenvolvimento de intervenções nutricionais efetivas na prevenção da obesidade em escolares tem sido um desafio para a saúde pública. Dentre os muitos programas desenvolvidos com escolares, alguns têm alcançado bons resultados na educação dos participantes com relação à alteração de hábitos alimentares, mas pouco ou nenhum efeito tem sido observado na variação de peso. Tem sido demonstrado que informações sobre alimentação e nutrição por si só não provocam mudanças nos hábitos alimentares, sendo necessário desenvolver outras estratégias para trazer mudanças positivas. O insucesso dessas intervenções pode estar relacionado ao conhecimento insuficiente sobre a complexa inter-relação de fatores comportamentais que influenciam o consumo alimentar de adolescentes, que em geral, contribuem para que estes se mantenham cada vez mais sedentários e submetidos ao consumo calórico acima do necessário. As intervenções nutricionais de base escolar de maior sucesso são abrangentes, e modelos de intervenções multicomponentes têm sido propostos, de modo a incluir influências ambientais adicionalmente aos fatores individuais. Uma estratégia que tem recentemente recebido reconhecimento na promoção da saúde é a arquitetura de escolha, uma ferramenta relativamente nova da ciência do comportamento, cujo conceito, cunhado por Thaler e Sunstein em 2008, sustenta que os resultados das escolhas são influenciados pela maneira como elas se apresentam. Trata-se de uma estratégia que busca obter mudanças por reforço positivo e modificações ambientais que direcionem comportamentos esperados. Esta estratégia tem atraído muita atenção entre pesquisadores e formuladores de políticas, devido aos resultados promissores obtidos em ensaios experimentais. Tem sido demonstrado que ao aplicar alterações ambientais sutis, é possível alterar o comportamento alimentar de um indivíduo de forma previsível, sem que seja necessário efetuar qualquer proibição ou alterar significativamente os incentivos econômicos. O termo nudge refere-se à utilização da arquitetura de escolha com o objetivo de associar conveniência com escolhas saudáveis e tornar escolhas menos saudáveis menos convenientes. Alguns estudos têm mostrado que é possível influenciar o comportamento alimentar em uma direção positiva reorganizando o ambiente físico. Esta estratégia tem sido aplicada no ambiente escolar em alguns países, como Estados Unidos, Dinamarca e Canadá com o objetivo de estimular as escolhas alimentares saudáveis. Neste contexto, busca-se associar conveniência com alimentos mais saudáveis e tornar alimentos menos saudáveis menos convenientes. O objetivo do presente estudo é estimar o efeito de propostas de nudging direcionadas para estimular o consumo de água, frutas e vegetais e o nível de atividade física e reduzir o consumo de bebidas com adição de açúcar e biscoitos, em adolescentes, a partir de mudanças feitas no ambiente escolar. Trata-se de um ensaio comunitário randomizado, de base escolar, multicomponente, que será conduzido em 18 escolas públicas municipais da cidade de Duque de Caxias, RJ. As estratégias de nudging serão desenvolvidas em 5 escolas randomicamente selecionadas para o grupo intervenção. Para estimular as escolhas alimentares saudáveis, serão realizadas modificações sutis no ambiente escolar, baseadas no Smarter Lunchrooms Movement (SLM), com o objetivo de criar refeitórios que orientem escolhas alimentares mais inteligentes.



Efetividade de uma estratégia para tratamento da obesidade infantil baseada no Guia Alimentar para a População Brasileira: um ensaio randomizado

 

O Guia Alimentar para a População Brasileira baseia suas recomendações no grau de processamento industrial ocorrido nos alimentos antes de sua aquisição, preparo e consumo, e sugere que a redução do consumo de alimentos ultraprocessados está relacionada a melhora na qualidade da alimentação e consequente perda de peso. Contudo, apesar de alguns estudos terem observado impacto importante na qualidade da dieta, não há evidências que a redução no consumo de alimentos ultraprocessados seja acompanhada por redução no consumo de calorias totais. Assim, o objetivo do presente estudo é avaliar a efetividade de uma proposta de intervenção para tratamento da obesidade em crianças e adolescentes baseada no Guia Alimentar para a População Brasileira. Será realizado um ensaio clínico do tipo paralelo randomizado com crianças e adolescentes entre 7 e 12 anos, encaminhados pelo Sistema Nacional de Regulação (SISREG) para atendimento ao ambulatório de nutrição do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). A randomização será realizada em blocos de 10 indivíduos, utilizando sequência de números aleatórios gerada por computador. Os participantes do Grupo controle e do Grupo Intervenção participarão de 6 atividades educativas padronizadas e contextualizadas com os 10 passos do Guia Alimentar para a População Brasileira, em parceria com a Brinquedoteca Hospitalar (BH), localizada no ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto. No Grupo intervenção, adicionalmente às atividades educativas, será prescrito para cada participante um plano alimentar, com base nas recomendações nutricionais calculadas por meio de parâmetros antropométricos, dietéticos e bioquímicos, conforme recomenda a Resolução CFN no 380/2005. O desfecho primário do estudo será a variação do Índice de Massa Corporal (IMC) e como desfechos secundários, serão investigados: a resistência à insulina, a pressão arterial, o percentual de gordura corporal (PGC), a razão cintura estatura (RCE) e a circunferência de pescoço. Ao fim do projeto um protocolo para tratamento da obesidade baseado no Guia Alimentar para a População Brasileira será proposto e poderá subsidiar a organização da Rede de Atenção à Saúde no Sistema Único de Saúde frente a este importante desafio nacional, que é o enfrentamento da obesidade crescente em crianças e adolescentes.



Efeito do exercício físico no gasto energético com atividades físicas e no consumo alimentar em adultos com excesso de peso: um estudo controlado randomizado

 

Intervenções com exercício físico têm sido amplamente defendidas para o tratamento da obesidade; no entanto, ensaios clínicos avaliando a eficácia dessas intervenções no controle de peso mostram resultados controversos. Mecanismos compensatórios através de uma diminuição no gasto energético e / ou um aumento no consumo calórico é uma possível explicação. Vários mecanismos fisiológicos envolvidos no balanço energético poderiam explicar os mecanismos compensatórios, mas a influência do exercício físico nesses ajustes ainda não está clara. Portanto, o presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do exercício sobre o gasto energético com atividades físicas, o consumo alimentar e a sensação de apetite em adultos com sobrepeso / obesidade, bem como investigar alterações hormonais associadas ao exercício físico. Este estudo é um ensaio controlado randomizado com três grupos. Oitenta e um adultos com sobrepeso / obesos serão alocados aleatoriamente (proporção de 1: 1: 1) para um grupo de exercícios vigorosos, moderados ou controle. O ensaio será conduzido em uma instituição militar e os grupos de intervenção serão submetidos a sessões de exercícios três vezes por semana, durante 65 minutos e por um período de duas semanas. O desfecho primário será o gasto energético com atividades físicas durante um período de 2 semanas. Os desfechos secundários serão ingestão calórica, sensações de apetite e biomarcadores laboratoriais.

 

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